A
a crise econômica chegou ao batom: as mulheres estão comprando menos maquiagem. É
oquemos trauma foto de cara limpa do segmento, historicamente resistente às
recessões, de acordo com dados da Kantar Worldpanel. Em um ano, três milhões de
brasileiras — em um universo de 70 milhões de mulheres — ter reduzido o consumo de
pintura de rosto. No mesmo período, as vendas desses produtos tiveram uma redução de 14,7% em
unidades e 12,2% em valor.
A
a tendência foi identificada na pesquisa da consultoria, segundo a qual a
proporção de pessoas que compraram pelo menos um desses elementos no mês caiu de
39,8% para 35,7% em doze meses anteriores a setembro deste ano, aprofundando
o movimento iniciado no ano de 2016, no pico da recessão. A crise pesou na hora de
encher o saco de higiene pessoal, mas a pesquisa também aponta mudanças de
comportamento. Para Giovanna Fischer, da consultoria Kantar, há uma tendência de
consumo que privilegia um aspecto mais natural: —neste momento de incerteza
económica, a pessoa opta por produtos que mais valoriza. Não é só o preço que
conta, mas o benefício que percebe no produto. Maquiagem vem perdendo
relevância. Houve uma redução do volume de compras, a substituição por marcas
preço mais acessível e a preferência por produtos multi função.
Tem
quem cortou o make para evitar os produtos testados em animais ou
carregados de chumbo. E ainda as que decidiram encarar a rotina de cara lavada,
na onda propagada pela cantora norte-americana Alicia Keys, que deixou a pintura
no rosto de uma vez. É o caso da jornalista carioca Camila Garcia: — eu Nunca fui
muito de maquiagem, mas levava por razões estéticas e de insegurança. De uns
tempos para cá, eu parei por completo. Em primeiro lugar, por estar sem dinheiro. Para
mim, vale muito mais a pena usar o dinheiro que tenho para o que é mais
importante. Estou cansada deste sistema que diz que temos que ser perfeitas, o
em todo o tempo. Quem é fã do cara produzido, no entanto, dificilmente abre mão deste
tipo de cosmético, como gerente de contas carioca Clarice Rangel, de 28 anos.
No entanto, ela foi para comprar maquiagem de forma cada vez mais seletiva e
condicionada: — Priorizar a qualidade, reduz o consumo. Mudou muito a forma de
compra, à procura de produtos naturais, orgânicos, sem metais pesados ou testados
nos animais. E estou terminando o que eu tenho antes de comprar outro item.
MUDANÇA
DE HÁBITO
Para
Claúdia Brito, líder de vendas da Natura no centro do rio de janeiro, não há dúvidas
o consumo da beleza está mudando:
—
Os clientes são mais exigentes, que preferem o produto que, além de maquiar,
trata a pele, mesmo que seja mais caro. Também vejo comentários que reduzem a
compra de maquiagem para comprar produtos para o cuidado da pele do rosto. A
mudança nos hábitos que se percebe no comércio varejista, diz Walace Siffert, diretor
comercial da Farmácia Venâncio: — nós nos damos conta da mudança por marcas mais acessíveis
e de melhor relação custo/benefício. A indústria está oferecendo mais produtos
multifuncional, como a água micelar (que limpa e trata a pele). Mantemos uma equipe
de dermoconsultoras as lojas da rede para indicar o que o cliente procura e por
que você pode pagar. Assim como o comércio a retalho, a indústria tenta responder com agilidade
com a mudança de comportamento, diz Alexandre van Beeck, especialista em varejo
GS&Consult:
—
Há uma estratégia clara para o desenvolvimento de produtos mais acessíveis e canais de venda
mais próximos ao cliente. Como ter linhas de menor preço, a marca com a
a estrutura de menor custo, com quiosque, venda direta. É a estratégia do
Boticário, por exemplo, que comprei da Vult e avança também com vendas tanto de
a sua marca principal, como o da Eudora no porta-a-porta. A compra da Vult
Cosméticos o Boticário, em março deste ano, faz parte da estratégia
multicanal e várias marcas do grupo, que já conta com Eudora, The Beauty Box, Que
disse Berenice?, além da Multi B, empresa de varejo multimarca que responde por
marcas como Revlon. Mas não há uma receita única. Em uma situação de retração
no consumo, diz Beeck, a estratégia de atuação das empresas tem de se basear
na demanda. O setor demanda inovação
”
os clientes são mais exigentes, que preferem o produto que, além de maquiagem, trata-se de uma
pele”. Claudia Brito, líder de vendas da Natura, na Baixa Fluminense constante,
avalia o consultor: — a Natura, por exemplo, construiu a sua reputação coma venda
direta e hoje investe pesado em lojas físicas e em novas marcas. A indústria
tem que ter agilidade. É um ambiente competitivo, porque não há nenhuma barreira para os novos
de entrada. A consumidora está aberta a experimentar. É preciso conhecer o
cliente e inovar sempre.
DOIS
EM UM
Um
recife, em que a indústria persegue agora é o dos produtos com os benefícios da linha
de tratamento, como os produtos com filtro solar anti-idade, anti-acne. A
L’Oréal, dona de marcas como Maybelline e NYX,vên are tração das vendas de um movimento
de reequilíbrio do mercado.
—
Entre 2008 e 2017, maquiagem cresceu duas vezes, três vezes o valor. No curto prazo,
de janeiro a setembro deste ano, no entanto, vemos uma retração de um dígito nesta e
em outras categorias de beleza. Para nós, é um estabelecimento que, depois de uma subida muito
forte. E, na crise, é possível deixar de comprar e usar o estoque. Vemos ainda
troca de maquiagem, produtos para o cuidado do rosto —explica Jorge Kodja,
diretor de Inteligência de Consumo em LOréal Portugal.
O executivo da multinacional francesa, é como se a maquiagem está seapropriando de itens de cuidados com apele e vice-versa: —O exemplo mais forte é o BBCream, que lhe roubou o lugar de base simples. Outro é a água micelar. O filtrosolar facial com cor também compete diretamente coma maquiagem. Criamos algunsespecíficos para abrasileira, que geralmente combinam ar cascas e econômicas. Nacrise, temos diferentes opções de preço, para que ela siga com a gente.
Fonte: Mundo
Fonte: panoramafarmaceutico.com.br/2018/12/17/efeito de cara lavada-mais-tratamento-e-menos-maquiagem