Brasileiro com ELA cria aplicativo para pessoas com distúrbios na fala, José Afonso Braga, 47, decidiu desenvolver a ferramenta depois de se dar conta das limitações de aplicativos disponíveis no mercado
José Afonso Braga chegou a testar aplicações orientadas para as pessoas com distúrbios na fala, mas a maioria das opções no mercado é limitada no idioma inglês
José Cruz/Agência Brasil
José Afonso Braga, 47 anos, foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ela) em 2013. A doença ataca o sistema nervoso central e provoca paralisia motora progressiva e irreversível. Já no primeiro ano depois da confirmação do diagnóstico, Zé, como prefere ser chamado, perdeu todos os movimentos do corpo e da voz também.
Ele chegou a testar aplicações orientadas para as pessoas com distúrbios na fala, mas a maioria das opções no mercado é limitada no idioma inglês, tinha dicionários fixos e uma interface confusa. Com formação em tecnologia da informação, o mineiro, pai de três filhos, traçou uma espécie de luta contra o tempo para desenvolver uma forma alternativa de se comunicar. Foi quando surgiu o WeCanSpeak.
A entrevista à Agência Brasil, realizou-se na sala de estar da casa de José, em um condomínio no Lago Sul, sob o olhar atento de sua esposa, Valéria Braga. Poucos minutos antes de a conversa começar, enquanto o fotojornalista se preparava, ele brincou: “Coloca um filtro tipo Tom Cruise (ator americano) com esta câmara. Para que me seja agradável”.
Bate-papo com o jornalista ocorreu única e exclusivamente por todos os movimentos dos olhos do entrevistado, que fixa as teclas da tela de um computador até formar palavras, posteriormente transformadas em áudio. Apesar de todas as limitações, ele diz que está bem, sobretudo em razão dos cuidados qualificados que recebe e com todo o apoio da família e dos amigos.
O lançamento oficial do WeCanSpeak aconteceu no último dia 3. Em menos de dez dias, foram mais de 300 downloads. A ferramenta pode ser utilizada em computadores e tablets, e está disponível de forma gratuita. Uma versão paga, que oferece aos usuários mais exigentes”, como o próprio Zé classifica.
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Aplicação prática e intuitiva que ajuda as pessoas com a doença degenerativa, a se comunicar
José Cruz/Agência Brasil
Entre as premissas básicas estabelecidas para o desenvolvimento da aplicação encontravam-se: ser universal; ser configurável (o usuário pode criar seu próprio dicionário com palavras e frases completas, adaptadas à vida cotidiana); ser simples, prático e intuitivo (o usuário não precisa passar por vários comandos para falar de uma simples frase); e ser acessível a pessoas com todo tipo de poder aquisitivo possam ter acesso à ferramenta).
A aplicação permite, inclusive, que recebe os amigos em sua casa, quinta-feira, para uma partida de pôquer. O acaso, de acordo com a esposa, segue a madrugada. “A comunicação é a base da socialização e perder essa capacidade de socializar é, talvez, a maior dor causada pela doença”, disse.
O lançamento oficial do WeCanSpeak aconteceu no último dia 3. Em menos de dez dias, foram mais de 300 downloads. A ferramenta pode ser utilizada em computadores e tablets, e está disponível de forma gratuita. Uma versão paga, que oferece aos usuários mais exigentes”, como o próprio Zé classifica.
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José Afonso Braga chegou a testar aplicações orientadas para as pessoas com distúrbios na fala, mas a maioria das opções no mercado é limitada no idioma inglês
José Cruz/Agência Brasil
Entre as premissas básicas estabelecidas para o desenvolvimento da aplicação encontravam-se: ser universal; ser configurável (o usuário pode criar seu próprio dicionário com palavras e frases completas, adaptadas à vida cotidiana); ser simples, prático e intuitivo (o usuário não precisa passar por vários comandos para falar de uma simples frase); e ser acessível a pessoas com todo tipo de poder aquisitivo possam ter acesso à ferramenta).
A aplicação permite, inclusive, que recebe os amigos em sua casa, quinta-feira, para uma partida de pôquer. O acaso, de acordo com a esposa, segue a madrugada. “A comunicação é a base da socialização e perder essa capacidade de socializar é, talvez, a maior dor causada pela doença”, disse.
Fonte: Portal R7